segunda-feira, 20 de maio de 2013



EXPEDIÇÃO MÃO DO DESERTO 



UMA PEQUENA VIAGEM DE MOTO E UMA GRANDE EXPERIÊNCIA PARA A VIDA


Depois de fazer uma viagem de moto por sete estados do Brasil e cinco países da América do Sul com dois amigos de profissão, percorrer 10.666,4 quilômetros, ficar 32 dias longe do aconchego da família, convivendo com culturas diferentes sinto a obrigação de escrever a minha experiência sobre o evento. Partimos de Minas seguindo rumo ao norte do país, passando por Mato Grosso, Goiás, Rondônia, Amazonas e Acre. Depois foi só descer: Peru, Chile, Bolívia, Argentina e Paraguai e retornar a Minas cruzando Paraná e São Paulo.
Uma frase marcou bem a viagem, alguém disse assim: “Sonhou, planejou e executou.” Neste contexto vou me deter um pouco. Durante a fase do sonho sobre a viagem parecia tudo tão distante e por vezes impossível de se realizar dado o tamanho do percurso e todas as prováveis dificuldades de enfrentaríamos. Então passamos ao planejamento do percurso e verificação dos possíveis imprevistos tentando antecipar a estes e minimizar o impacto que teriam sobre a viagem. Foram dias e noites pensando, conversando e escrevendo. De posse de uma preparação que beirava a insanidade de tanto cuidado, colocamos o pé na estrada. A execução propriamente dita foi surpreendente em diversos pontos: povos diferentes e seus costumes gastronômicos, vestuário, língua (dialetos), a paisagem que incendiava a alma de emoção e saudade de casa que foi bem maior do que anteriormente mensurada.
Bem, quero me ater agora as graças que as nossas almas vivenciaram, e, se digo nossas almas é porque depois de conviver um mês diuturnamente com dois amigos, posso ousar falar por eles alguma coisa. A oração vespertina foi constante, a princípio como forma de prevenção aos nossos medos com o encontro com o desconhecido, isso mudou muito a partir do momento que vimos que o Bem caminhava ao nosso lado e muitas das vezes à nossa frente. O que antes era oração de intensos pedidos foi se tornando lentamente em orações de agradecimento e de reconhecimento, percebíamos que éramos ouvidos e que existiam mais pessoas sintonizadas na mesma fé. São tantos os fatos em que percebemos que o céu conspirava a nosso favor que é necessário resumir a uma descrição suscinta sem reduzir a grandiosidade das ações. Toda a viagem ocorreu sem sequer um acidente de percurso, não tivemos qualquer problema com policiais em desvio de sua conduta profissional, a língua não tão diferente servia-nos de oportunidade para brincar e sorrir, o sabor picante e forte do tempero andino causava lembrança da comida caseira de Minas, em suma: nem pneu furou!
Mas, o teor do meu texto é o registro mental que ficou e que pode determinar alguma mudança, para melhor, em meu comportamento. No decorrer da viagem presenciei imagens e fatos que marcaram e possibilitaram extrair bons exemplos. A viagem – para mim – era um muito agradável, afinal realizava um sonho no alto dos meus quase cinquenta anos, mas, para um amigo era um pesar, isso aos 700 quilômetros mais ou menos, era só saudade e o seu desconforto pesaroso era tanto que pensava em desistir da viagem. Após uma conversa sobre a possibilidade e implicações da sua desistência foi que ele se propôs a prosseguir. Daí, abstraí o paralelo entre a viagem e a nossa vida terrena, o enfrentamento necessário às dificuldades próprias do percurso e a decisão de seguir em frente avançando ao encontro de um futuro desconhecido. Este mesmo amigo foi mestre na arte de ensinar que as pessoas que veriam as nossas fotos não precisariam saber do seu desconforto interno e sorria em todas as fotos, disso só dei conta mais tarde quando da nossa chegada e rever os registros fotográficos. Foi impressionante conviver com uma pessoa que sofreu grande parte da viagem e passava uma imagem feliz a quem visse uma fotografia sua, vi o quanto preciso mudar e ser um reflexo de luz mesmo quando em minha vida os momentos forem de tempo nublado ou até mesmo escuridão. Foi também este mestre que após uma crise de ansiedade me mostrou que o curso da vida pode ser alterado, quando propôs que não sofreria mais com a ansiedade própria e para grande surpresa nossa ele mudou de sentimento e passou a curtir a viagem com muito mais habilidade humana e sabor. E a experiência seguia quase que sem condições para eu sorver suas doses diárias de conhecimento e ensinamento.
O controle com a segurança, exagerado em minha parca visão, com os veículos, documentação, alimentação e outros itens fazia de outro amigo um verdadeiro mestre com as situações em que a antecipação aos problemas era vital para o bom desempenho das máquinas e do corpo. Tamanha foi a minha relutância que peguei um resfriado por não observar as suas dicas preciosas. Não apenas pelo resfriado, mas, sobretudo pela importância do simples cuidado voltado a prever o que pode acontecer e agir com olhos voltados para o futuro. Este mestre tem olhos de águia. Nem preciso dizer o quanto retiro de utilidade dessa breve convivência.
Apenas sobre estes amigos mestres poderia escrever laudas e mais laudas, mas, é necessário dizer outras coisas ainda.
A cordilheira e sua beleza esplendorosa, a montanha que eu não sabia se sangrava ou chorava águas límpidas tiveram uma significação especial nesta jornada. A dificuldade de subir, a pouca oferta de ar e os efeitos da altitude somados ao clima gélido me mostraram que muitas vezes as coisas belas da vida também têm um preço alto, se vale à pena pagar eu mesmo é quem devo avaliar. Os povos da montanha que erram por terras improdutivas, que vivem com os recursos mais escassos que vi e mesmo assim fiam e tecem motivos culturais milenares em cores vivas, recebem turistas com fartos sorrisos me inspiram a perceber que meus recursos e minhas possibilidades são amplos e muitas vezes não os vejo desta maneira. Preciso ser mais receptivo e mais alegre.
O povo que renunciou a viver com altas taxas impostas por um governo injusto e se instalou sobre o lago, criando condições próprias de liberdade e de vida contribuíram para que entendesse que posso lutar mais pelos meus ideais ainda que isto custe um pouco do meu conforto e demande muito trabalho e implacável perseverança. Salve comunidade de Uros/ Puno/ Peru!
A dedicação aos mortos, estampada em homenagem à beira da estrada que corta o deserto de Atacama, veio como que uma faca a retalhar a lembrança dos meus entes queridos que partiram desta vida e me fez perceber o quanto de tempo tenho oferecido a esta dedicação e que se lembrar dos meus antepassados é inteirar com todos os habitantes da terra. Uma placa na fronteira do Brasil/ Argentina/ Paraguai de autoria de Baha’u’llah dizia o seguinte: “A terra é um só país, e a humanidade os seus cidadãos”, contribuiu com o contexto dos meus pensamentos. Reflito mais ainda sobre a brevidade de minha própria vida e a irmandade da terra.
Quanto a grande diversidade de clima enfrentada na viagem, sair de 40 e poucos graus dentro da roupa de proteção para temperaturas negativas, nas mesmas condições; deslocar de paisagens de floresta imensas para áreas de deserto absoluto sem qualquer vegetação; vislumbrar igarapés isolados na mata amazônica para em breve tempo estar em locais onde a montanha de areia e pedra forma uma beleza natural. Todo esse contraste foi preponderante para eu mais uma vez fazer um paralelo entre a viagem de poucos dias e a jornada de muitos anos aqui na terra. A lua que nascia cheia no horizonte de Atacama auxiliou ainda outra comparação: É a mesma terra que possui estas diferenças, como em mim também, percebo áreas desérticas em minha alma e outras inundadas de boa água, por vezes quente em algumas emoções e n’outras bem frio. Considero importante à terra a diversidade, em minha alma tenho dúvida.
Antes da viagem parecia um longo percurso com muitos dias, agora depois de realizada o sentimento é outro. Viajamos pouco e aprendi muito, não esperava tanto queria apenas andar de moto e conhecer outros países. Foi necessário ir longe para entender que a vida me oferece mestres a cada dia eu é que preciso estar atento às suas manifestações. Seja uma pessoa, um clima ou qualquer outro mestre que se apresente, sou eu quem deve se curvar aos ensinamentos que gratuitamente são ministrados em situações cotidianas.
Ao Mestre dos mestres deixo expresso meu agradecimento não apenas pela oportunidade da viagem e suas inúmeras graças, mas, pela possibilidade de aprender um pouquinho mais, por ter aberto a minha mente para perceber muito mais do que escrevi, pela capacidade de reconhecer que acima de meus mestres terrenos está a mente do Aberto, Aquele que sobre todos reina soberanamente e sutilmente age em meu favor. Obrigado Senhor Jesus!
Bem, não seria este texto uma oração, senão seria bem maior, fui apenas movido de gratidão neste momento de produção. O que eu quero é deixar claro que viajar de moto é muito bom e que no motociclismo muito se aprende!


José Raimundo de Assunção - um integrante

Vídeo da subida da serra de santa Rosa - Peru

http://www.youtube.com/watch?v=s-cnMs9wlpQ

sexta-feira, 19 de abril de 2013

As legendas das fotos serão colocadas assim que tivermos melhores condições. Obrigado!
Postamos as fotos para vocês irem vendo pelo menos alguma coisa das tantas que estamos vivendo aqui..






















terça-feira, 9 de abril de 2013


3 DIA
Acordamos às 5: 30 horas, tomamos um breve café na sede do pelotão de bombeiros e iniciamos a jornada para a cidade de Rondonópolis. No percurso o grupo visitou a represa de São Simão - Goiás, onde fizeram fotos. Local lindo e agradável para passar férias. A viagem seguiu até a cidade de Jataí para abastecimento e manutenção nas motos.
Na cidade fomos entrevistados por uma repórter local que se interessou pela viagem e prometeu reprodução na TV regional afiliada a rede Globo. Por onde passa a expedição é grande o interesse das pessoas em saber sobre a viagem.
Chegamos em Mato Grosso- Rondonópolis às 19 horas, com a vantagem de uma hora a menos, pois, o fuso horário é diferente. Fomos recebidos pelo Wagner – Diretor do Hospital Regional – cunhado do Assunção, que nos hospedou em sua residência, cedendo acesso à internet e brindou o grupo com um excelente jantar.
Fomos dormir por voltas das 22: 30 horas.
Informações relevantes: o trecho da estrada percorrida estava em excelentes condições, mas, o grande número de carretas e caminhões de carga atrasou um pouco a viagem e deixou nos deixou sempre em atenção redobrada. O visual é impressionante, com grandes plantações de milho, soja e outros cereais. Pelo caminho ficou evidente o descaso com a reforma agrária, vimos três acampamentos de “Sem Terra”, próximo a estes grandes empreendimentos rurais.






2 DIA
            Os integrantes da viagem acordaram às 6 horas, fizeram o desjejum ainda no sítio, seguiram para a residência do Tony onde estavam as motocicletas, foi realizada manutenção preventiva para a partida da cidade de Nova Serrana, onde se fez presente o integrante Meyerewicz que apesar da debilidade de saúde acompanhou os viajantes ate a cidade de Luz.
            Às 10 horas seguiram para o posto Oásis – trevo de Nova Serrana – e reuniram com diversos motogrupos da região centro- oeste. Compareceu ao posto o repórter Luciano do jornal “O Popular” que registrou o evento entrevistando o Assunção.]
 Por das 11 horas esta despedida foi encerrada com uma oração e o grupo foi acompanhado por motociclistas até a cidade de Bom Despacho, sendo que o grupo foi seguido por uma viatura do Corpo de Bombeiros como prevenção de acidente em parte do percurso, cedido após solicitação, pelo Tem Ari cmte do Pel BM em N.S.
O grupo chegou a cidade de Ituitaba às 20: 30 horas, sendo recebido pelo Tem Alexandre, cmte do Pel BM na cidade. Os expedicionários pernoitaram na sede do pelotão. Destaque para a PMMG que nos acompanhou até a sede do pelotão de bombeiros em Ituitaba.
O grupo foi dormir por de 23 horas.
Informações relevantes: as motocicletas se apresentaram em condições satisfatórias para a viagem sendo que o consumo esteve dentro do previsto. As estradas estão em boas condições de pavimentação e sinalização, o trânsito estava bem tranqüilo em função de ser domingo. Pegamos pouco chuva, apesar desta rodear o grupo em todo o percurso.







EXPEDIÇÃO MÃO DO DESERTO

1 DIA
            DESPEDIDA NA ASPRA
Reuniram-se na Aspra cerca de 60 pessoas entre integrantes de motogrupos e familiares dos motociclistas da expedição, com música, churrasco e oração foi feita a despedida do grupo Motoqueiros SA.
            Logo após às 12 horas o grupo de expedicionários foi seguido por diversos motogrupos até a cidade de Betim e a viagem seguiu até a cidade de Onça do Pitangui onde aconteceu um encontro de motos. Naquele evento foi relatado sobre a viagem pelos organizadores e os integrantes, Caetano, Nascimento e Assunção descreveram para diversos motociclistas sobre o a expedição.
            Por voltas das 18 horas o grupo seguiu para o sítio do Tony, outro integrante do Motoqueiros SA., onde pernoitaram







domingo, 17 de março de 2013

Porque deve fazer uma viagem aventura de moto pelo menos uma vez na vida


   Toda a gente já fez uma viagem de aventura pelo menos uma vez na vida, de barco, de carro, comboio ou de avião. De todos os meios de transporte disponíveis, a moto encontra-se à parte ou, muito provavelmente, é aquele que é escolhido em último lugar. E não devia! Uma viagem de aventura em cima de ”uma moto” é uma das experiências mais fascinantes que uma pessoa pode realizar ao longo da vida. Saiba por que deve fazer uma viagem aventura de moto.

Para sentir a realidade tal e qual ela é

A possibilidade de fazer uma viagem de moto ao sabor do vento constitui uma aventura inesquecível e garante bons momentos, paz interior e diversão. A moto liga o motociclista à estrada e ao ambiente envolvente de uma maneira única e incomparável, e isso faz com que uma viagem de aventura em cima de uma moto seja uma proeza inesquecível.

Para enfrentar e superar um desafio

Existem vários desafios ao longo de uma vida e a possibilidade de fazer uma viagem de aventura em cima de uma moto é um dos reptos mais entusiasmantes que uma pessoa pode aceitar especialmente para todos os amantes das duas rodas. Ao guidon de uma moto e numa viagem de aventura, os desafios principais são as estradas acidentadas e as mudanças das condições meteorológicas de um momento para o outro e em qualquer local.

Adquirir novos conhecimentos

Numa viagem aventura de moto, todos os motociclistas dão-se conta da existência de pormenores que não seriam reconhecidos se optassem por viajar de automóvel ou outro meio de transporte. O contacto com outras pessoas e outras culturas permite um conhecimento mais aprofundado dos hábitos, tradições e costumes de uma dada região e isso é uma riqueza a que todos os motociclistas têm acesso.

Para ser mais livre

Ao realizar uma viagem aventura de moto conseguirá libertar-se das amarras do quotidiano e do ritmo mecânico e citadino a que está habituado. A estrada, as vistas cénicas e a possibilidade de estar em contacto com novas culturas fazem com que cada viagem de moto seja uma aventura única e libertadora.

Para estreitar laços de amizade

Uma viagem de aventura pode ser realizada a solo, em grupo, com pessoas amigas e/ou familiares. O objetivo principal é o partir para a aventura em conjunto e adquirir novas experiências e sensações. O facto de superar determinadas dificuldades faz com que as relações de amizade saiam reforçadas e fortalecidas. Este é o espírito de todos os motards e de todos os que realizam as mais diversificadas viagens de aventura numa motorizada. A possibilidade de partilhar e realizar aventuras em comum é uma forma de aproximar as pessoas e estreitar os laços de amizade que as unem. Esse é o ideal do motociclista e é o motivo principal dos motociclistas serem um grupo coeso e amigo.

segunda-feira, 4 de março de 2013

EXPEDIÇÃO MÃO DO DESERTO

 MAPA DOS DESTINOS

        A expedição a ser realizada em torno de sete estados Brasileiros e cinco países da América do sul, ambos localizados ao centro da América do sul. Quatro Bombeiros Militares e um civil se propõem a uma jornada de mototurismo onde o estudo, lazer, aventura nortearão toda a viagem, dispersando a ociosidade improdutiva da aposentadoria que provoca inúmeras doenças. A disseminação do motociclismo entre os integrantes dos diversos Motoclubes e Motogrupos de Minas Gerais e do Brasil compõem um interesse secundário da expedição.

A viagem contará com o percurso de aproximadamente 11 mil quilômetros, cerca de um mês rodando pelo norte do Brasil e sul da América do Sul. A expedição com caráter cultural e turístico devendo reconhecer e registrar costumes, dialetos, trabalhos e disseminar onde seja possível a cultura brasileira associada ao motociclismo. Instituições militares deverão ser visitadas com intuito de estreitar os laços de amizade.

            Cinco motociclistas, durante trinta e cinco dias, viajarão rumo ao norte do Brasil. Há saída prevista para o estado de Minas Gerais passando por Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e finalmente o estado do Acre. Em seguida os motoqueiros adentrarão ao país do Peru, visitando regiões turísticas e instituições militares, e seguirão para a Bolívia e Chile onde entre outras visitações o deserto de Atacama, após estes três países seguirão para o Paraguai e posteriormente a Argentina. Findo o percurso voltarão ao Brasil pelos estados da região sul: Paraná,  São Paulo e com previsão de retorno ao estado de Minas Gerais.

            A expedição foi programada observando viagens anteriores realizadas por motociclistas com boa saúde e com motocicletas de bom desempenho e em boas condições para o percurso. Relatos de viagem foram estudados para orientarem as possíveis mudanças de trajeto, instalações e risco próprios à jornada. Foram seguidas as orientações via manual das montadoras das motocicletas escolhidas para a viagem, os valores de despesas foram embasados em diários elaborados por motociclistas que realizaram percurso similar.